‘Classe média sofre’. A frase não é minha, mas ela é dita aos quatro ou até mais cantos desse Brasilzão. Se formos tentar entender o que essa conhecida frase quer dizer talvez chegaríamos em algo como “uma galera que rala demais pra conseguir o que deseja, mas ao mesmo tempo é super agradecida por ter saúde, um emprego e por conseguir comprar muitas das coisas que precisa.”
Pronto, comprar. Sim, classe média compra, consome e muito, viu.
O IBGE classifica como classe C as famílias que possuem uma renda mensal de quatro a dez salários mínimos. Ou seja, aqueles que têm uma renda bruta de R$ 4.180,00 até R$ 10.450,00.
Muitos podem até achar uma boa renda mensal, mas quando se coloca na ponta do lápis o mercado, a escola, o remédio, o convênio... pronto... faltou dinheiro. Imagina uma família com 2 crianças. Putz, classe média sofre. Alguém, que não sei quem, tinha mesmo razão.
Mas segundo o mesmo IBGE é essa classe média aqui que segura o ‘paranauê’ econômico do país. São mais de 16 milhões de famílias classe média no Brasil. Gente que trabalha e depois usa o salário pra comprar a comida, as contas da casa, fazer umas prestações numa loja de eletrodomésticos de vez em quando e que ainda sempre tenta segurar aquela graninha pra uma viagenzinha num feriado qualquer com a família pra praia (antes da pandemia, claro).
São pessoas batalhadoras, que acreditam no trabalho, que possuem sonhos e que, mesmo sem terem tido nenhum tipo de educação financeira na infância e adolescência, seguem trabalhando, gerenciando seus ganhso com dificuldade, mas com saúde e com um sorriso no rosto. Gente que acorda cedo, que pega ônibus pra ir pro trabalho e que tem o desafio diário de sustentar uma família.
Quantas marcas querem se comunicar com essas pessoas, hein? Muitas, mas será que todas conseguem? Será que todas fazem isso de maneira assertiva?
A classe média é formada por gente que olha e entende o real benefício de produto, gente que não gosta de ser enganada por publicidade ou por materiais de ponto de venda. Mas de novo... será que as marcas estão se comunicando bem com essas pessoas? As marcas que atuam no segmento de bens de consumo bem duráveis precisam bem compreender para bem dialogarem com esse público. Entender o tom de voz, o discurso, os atributos a serem comunicados, onde essas pessoas estão.
Há quem diga que a fidelidade da classe média é a melhor de todas. Por ser acional nas aquisições, não mudam de ideia e passam a consumir qualquer outo produto por uma outra comunicação.
Como anda sua comunicação de marca pra essa gente trabalhadora que talvez até sofra, mas que consome um bocado?
Você sabe onde anda esse público? Vou te dar uma dica nesse final de texto, hein: essa galera está no supermercado, na lotérica, indo trabalhar de ônibus e prestando atenção nos anúncios que bem entendem a sua realidade.